Você acredita em monstros do armário?
Porque não acreditar? Eu creio sim que eles existam.
Mas ao contrario do que o imaginário popular supõe, na minha mente eles são macios e adoráveis.
São amigáveis, simpáticos, atenciosos, carinhosos, gentis. Eles te
ajudam no dever de casa ou a arrumar o quarto enquanto sua mãe não vê.
Não te passam cola, mas te ajudam a estudar. E não descansam até você
estar bem preparado!
Eles existem em todos os tamanhos: grandes, pequenos, finos e largos.
Tem cheiro de árvores, cheiro de nuvens, cheiro de plantas e cheiro de
terra, pois é do que eles são feitos. Por isto, por onde passam deixam
um rastro sutil e delicado. Ás vezes, até molhado. Mas é bonito de se
ver.
E é tão bom quando isso acontece! Pois apesar da sujeira, isso
significa que eles estão por perto e isto por si só já é maravilhoso!
Além disso, podemos seguir o rastro e prega-lhe um susto. Pois na minha
mente, somos nós que os assustamos. E eles não ficam bravos! Eles dizem
gostar disso, uma vez que eles também adoram nossa presença.
O único problema é que pregar-lhes um susto não é a única forma de assustá-los. E a outra forma não é boa.
O homem é um bicho malvado. Eles gosta de matar uns aos outros para
ganhar mais terra e dinheiro. Fama parece ser mais importante que
família ou dignidade. Ouro, jóias, status. Todos tratam estas palavras
como o segredo da vida.
A civilização está matando nossa mente. Alguém dita o que se usa, o
que se come e o que se bebe. E todos seguem isto, sem perceber que estão
seguindo uma ordem. Ou se percebem, parecem não se importar. Agem como
se sofrimento fosse maturidade, e como se maturidade fosse a coisa mais
legal do mundo. O quanto mais triste você é, mais legal você parece.
Entre os monstros do armário, não existe esta coisa de medir maturidade como sofrimento.
Entre os monstros do armário, o legal é ser criança.
Não porque todo mundo é, mas sim porque você não tem responsabilidade alguma e toda a ingenuidade do mundo.
Você olha a flor com outros olhos. Matar formiga não parece uma coisa
tão legal assim – nem tão indiferente. Você faz amizade com uma
joaninha e brinca de pique esconde com o seu personagem favorito de um
desenho animado. Você sorri, você chora. Sem orgulho, sem vergonha. Você
é sincero, sem se preocupar se isso vai fazer você parecer de um jeito
ou se vai magoar alguém. Mas esta também não era sua intenção. Você vê a
alegria em cada pedaço de doce e nem sabe da existência de calorias.
O problema é que crescer é inevitável, pois tudo tem sua hora e
ordem. Mas entre os monstros do armário, eles sempre lembram uns aos
outros que você pode carregar a sua infância dentro de você. Na sua
imaginação.
Texto originalmente postado em Alguma Leitora - antigo blog - em 26 de junho de 2011.
Adorei :3
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